domingo, 3 de abril de 2011

Proposta: Uma crônica. Título: O outro lado da moeda

Meu ideal seria não escrever. O cansaço me agride. Mas, como sou obrigado a redigir, contarei a triste história de um pobre guri. Esse guri morava com os seus pais. O seu trabalho sustentava a casa. Minto. Não sustentava, mas era o único dinheiro que aparecia por lá. O dinheiro que vinha da sua pesca.
Certo dia o pobre pescador foi pescar em alto-mar. Para chegar até a praia percorria uma distância considerável e durante essa longa jornada catava todas as frutas que ele encontrava no chão e as colocava dentro de um saco. Fazia isso porque tinha receio de que não pegasse nenhum peixe e assim poderia sobreviver de frutas. Com astúcia ele olhava para os lados à procura das frutas e foi assim que ele se deparou com uma moeda de ouro e sucessivamente outras. Havia uma carreira de moedas, que ele ia recolhendo e botando no saco. Eram tantas moedas que foi necessário que ele jogasse as frutas fora para caber todas. E as moedas o levavam a um lugar que se assemelhava a um labirinto sem que ele percebesse. Quando ele percebeu que estava ficando perdido começou a demarcar o caminho com iscas d peixe no lugar das moedas. Ele já estava de saco cheio e as moedas não acabavam.
Ao chegar à última moeda deu um suspiro de alívio, mas logo entristeceu, recordando que teria que voltar para casa carregando um saco pesado.
Foi então que se encontrou com um velho bem vestido e de feição mal-humorado:
- Não acredito no que estou vendo! Você retirou todas as minhas moedas que marcavam o meu caminho de volta!
- Essas moedas são de ouro e como eu sou um pobre coitado resolvi pegá-las. Posso ser pobre, mas não sou burro. Coloquei as iscas de peixe que eu iria usar na pescaria no lugar dessas moedas.
Ao olharem para trás se deparam com uma galinha.


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